Caçador de meteoros: astrônomo amador instala 20 câmeras no telhado de casa na Zona Leste de SP e grava 5 mil estrelas cadentes
Algumas câmeras do geógrafo Sérgio Mazzi gravaram de Sapopemba brilho do meteoro que explodiu, na madrugada de quarta (3), na região de Poços de Caldas, em Minas Gerais. Presidente de uma rede brasileira de monitoramento de meteoros, ele colocou primeira câmera no telhado em 2018. Sérgio Mazzi, astrônomo amador, filmou do telhado de sua casa, na Zona Leste de São Paulo, a explosão de um meteoro na região de Poços de Caldas, Minas Gerais. Ele instalou 20 câmeras em cima do sobrado onde mora Kleber Tomaz/g1 Ao menos 7 cidades de SP, além da capital, registraram clarão no céu O clarão que surgiu no céu na madrugada desta quarta-feira (3) e intrigou moradores da cidade de São Paulo foi gravado por algumas das 20 câmeras instaladas pelo astrônomo amador Sérgio Mazzi no telhado de seu sobrado na Zona Leste da capital paulista. O g1 também está no Telegram; clique aqui para receber notícias diretamente no seu celular Clarão em SP: o que causou o fenômeno filmado nos céus nesta quarta, segundo especialistas Apaixonado por astronomia, o geógrafo de 55 anos, que é servidor público da Justiça Federal, foi um dos responsáveis em explicar que o brilho visto em cidades paulistas e até mineiras era um meteoro, ou estrela cadente, como é popularmente conhecida. Segundo Sérgio, que também é diretor presidente da Bramon (Brazilian Meteor Observation Network ou Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros), ao entrar na atmosfera terrestre, a uma velocidade de quase 60 mil km/h, esse objeto, que deveria medir cerca de 1 metro de diâmetro, explodiu, por volta das 5h09. Especialistas procuram fragmentos de meteoro que foi visto na capital Com o apoio de 80 pessoas, entre eles outros astrônomos, profissionais e amadores, como jornalistas, dentistas e policiais em outras cidades do país, a Bramon usou métodos científicos para calcular que a explosão do meteoro ocorreu quando ele estava a aproximadamente 40 km de altitude do solo, em Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais. A cidade mineira fica a mais de 250 quilômetros de distância da capital paulista. Mas por causa do tamanho do meteoro, segundo a Bramon, o clarão pôde ser visto em Brazópolis, outra cidade mineira, e em municípios de São Paulo, como Aguaí, Hortolândia, Rio Claro, Amparo, Pedreira, Campinas, Sorocaba e São João da Boa Vista. Em alguns dos casos, outras câmeras, algumas de segurança, também gravaram o fenômeno, que repercutiu nas redes sociais. Ainda de acordo com a Bramon, os fragmentos do meteoro, que são chamados de meteoritos, devem ter caído provavelmente nos solos das cidades mineiras de Poços e Divinópolis e nas paulistas de São Sebastião da Grama e Caconde. 20 câmeras no telhado As câmeras gravam quaisquer pontos luminosos no céu e um alarme é disparado quando há suspeitas de meteoros Kleber Tomaz/g1 Morador da região de Sapopemba, Sérgio instalou a primeira câmera no telhado de casa em 2018. Depois foi colocando outras. Todas miradas para o alto ou horizonte. Segundo ele, os equipamentos conseguem flagrar pontos luminosos a 600 quilômetros de distância. "Essas câmeras no telhado já registraram mais de 5 mil meteoros desde 2018", disse Sérgio, que contou como surgiu a ideia de apontar as câmeras para o céu. "Quando criança olhava para o alto e via os aviões decolando e pousando no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, passando por cima da casa da minha família. Achava aquela cena linda e isso levou a paixão pela astronomia, pela ciência, pela pesquisa." Mas segundo o caçador de meteoros de Sapopemba, o meteoro que mais trouxe repercussão nesse período foi o registrado na quarta passada. "Esse último meteoro do dia 3 [de agosto] foi o que repercutiu mais porque foi visto por muita gente que estava saindo de casa para ir trabalhar. Ele era grande e explodiu a uma distância relativamente próxima ao solo o que causou aquele brilho intenso no céu e pode ser visto em várias cidades." Meteoro brilhante Clarão no céu chama atenção de moradores de cidades mineiras e paulistas Os demais integrantes da Bramon também têm acesso por computadores as gravações feitas pelas câmeras de Sérgio. E foram eles que alertaram o colega a respeito do meteoro brilhante que chamou a atenção. "Me disseram que meus equipamentos gravaram algo interessante e era a explosão do meteoro". Os equipamentos funcionam quando aparecem pontos luminosos no céu, e emitem alertas quando eles suspeitos de serem meteoros. As informações de Sérgio e dos seus colegas, astrônomos amadores, sobre o que era o clarão no céu foram confirmadas também à reportagem pelo especialista Thiago Signorini Gonçalves, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Willians Vilas Boas, da divisão de astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e por Roberto Costa, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP). Bramon Sérgio Mazzi usa uma escada para subir no telhado de casa e fazer a manutenção das
Algumas câmeras do geógrafo Sérgio Mazzi gravaram de Sapopemba brilho do meteoro que explodiu, na madrugada de quarta (3), na região de Poços de Caldas, em Minas Gerais. Presidente de uma rede brasileira de monitoramento de meteoros, ele colocou primeira câmera no telhado em 2018. Sérgio Mazzi, astrônomo amador, filmou do telhado de sua casa, na Zona Leste de São Paulo, a explosão de um meteoro na região de Poços de Caldas, Minas Gerais. Ele instalou 20 câmeras em cima do sobrado onde mora Kleber Tomaz/g1 Ao menos 7 cidades de SP, além da capital, registraram clarão no céu O clarão que surgiu no céu na madrugada desta quarta-feira (3) e intrigou moradores da cidade de São Paulo foi gravado por algumas das 20 câmeras instaladas pelo astrônomo amador Sérgio Mazzi no telhado de seu sobrado na Zona Leste da capital paulista. O g1 também está no Telegram; clique aqui para receber notícias diretamente no seu celular Clarão em SP: o que causou o fenômeno filmado nos céus nesta quarta, segundo especialistas Apaixonado por astronomia, o geógrafo de 55 anos, que é servidor público da Justiça Federal, foi um dos responsáveis em explicar que o brilho visto em cidades paulistas e até mineiras era um meteoro, ou estrela cadente, como é popularmente conhecida. Segundo Sérgio, que também é diretor presidente da Bramon (Brazilian Meteor Observation Network ou Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros), ao entrar na atmosfera terrestre, a uma velocidade de quase 60 mil km/h, esse objeto, que deveria medir cerca de 1 metro de diâmetro, explodiu, por volta das 5h09. Especialistas procuram fragmentos de meteoro que foi visto na capital Com o apoio de 80 pessoas, entre eles outros astrônomos, profissionais e amadores, como jornalistas, dentistas e policiais em outras cidades do país, a Bramon usou métodos científicos para calcular que a explosão do meteoro ocorreu quando ele estava a aproximadamente 40 km de altitude do solo, em Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais. A cidade mineira fica a mais de 250 quilômetros de distância da capital paulista. Mas por causa do tamanho do meteoro, segundo a Bramon, o clarão pôde ser visto em Brazópolis, outra cidade mineira, e em municípios de São Paulo, como Aguaí, Hortolândia, Rio Claro, Amparo, Pedreira, Campinas, Sorocaba e São João da Boa Vista. Em alguns dos casos, outras câmeras, algumas de segurança, também gravaram o fenômeno, que repercutiu nas redes sociais. Ainda de acordo com a Bramon, os fragmentos do meteoro, que são chamados de meteoritos, devem ter caído provavelmente nos solos das cidades mineiras de Poços e Divinópolis e nas paulistas de São Sebastião da Grama e Caconde. 20 câmeras no telhado As câmeras gravam quaisquer pontos luminosos no céu e um alarme é disparado quando há suspeitas de meteoros Kleber Tomaz/g1 Morador da região de Sapopemba, Sérgio instalou a primeira câmera no telhado de casa em 2018. Depois foi colocando outras. Todas miradas para o alto ou horizonte. Segundo ele, os equipamentos conseguem flagrar pontos luminosos a 600 quilômetros de distância. "Essas câmeras no telhado já registraram mais de 5 mil meteoros desde 2018", disse Sérgio, que contou como surgiu a ideia de apontar as câmeras para o céu. "Quando criança olhava para o alto e via os aviões decolando e pousando no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, passando por cima da casa da minha família. Achava aquela cena linda e isso levou a paixão pela astronomia, pela ciência, pela pesquisa." Mas segundo o caçador de meteoros de Sapopemba, o meteoro que mais trouxe repercussão nesse período foi o registrado na quarta passada. "Esse último meteoro do dia 3 [de agosto] foi o que repercutiu mais porque foi visto por muita gente que estava saindo de casa para ir trabalhar. Ele era grande e explodiu a uma distância relativamente próxima ao solo o que causou aquele brilho intenso no céu e pode ser visto em várias cidades." Meteoro brilhante Clarão no céu chama atenção de moradores de cidades mineiras e paulistas Os demais integrantes da Bramon também têm acesso por computadores as gravações feitas pelas câmeras de Sérgio. E foram eles que alertaram o colega a respeito do meteoro brilhante que chamou a atenção. "Me disseram que meus equipamentos gravaram algo interessante e era a explosão do meteoro". Os equipamentos funcionam quando aparecem pontos luminosos no céu, e emitem alertas quando eles suspeitos de serem meteoros. As informações de Sérgio e dos seus colegas, astrônomos amadores, sobre o que era o clarão no céu foram confirmadas também à reportagem pelo especialista Thiago Signorini Gonçalves, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Willians Vilas Boas, da divisão de astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e por Roberto Costa, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP). Bramon Sérgio Mazzi usa uma escada para subir no telhado de casa e fazer a manutenção das 20 câmeras Kleber Tomaz/g1 Reconhecida por astrônomos profissionais, a Bramon chegou até a ter seus 'achados' divulgados por órgãos oficiais. "No hemisfério sul fizemos pesquisas importantes completando o catálogo de chuva de meteoros com várias publicações internacionais", disse Sérgio. "Com reconhecimento da União Astronômica Internacional." São retornos como esses que fazem os caçadores de meteoros da Bramon, como Sérgio, acreditar que instalar câmeras nos telhados de suas casas não é só maluquice e tem um propósito. Mesmo quando fica a madrugada acordado, olhando para cima, enquanto a mulher e o filho dormem. "Sou astrônomo amador desde que me conheço por gente. Astronomia é uma paixão. É um desafio fazer astronomia aqui, direto de Sapopemba, praticamente na periferia da Zona Leste de São Paulo", conta Sérgio enquanto mostra sua coleção de telescópios e de miniaturas de ônibus espaciais da Nasa. VÍDEO: Buraco gigante aparece no Atacama e chama atenção OLHE PARA CIMA: E se eu encontrar um meteorito? ???? PODCAST: A corrida por meteoritos no sertão nordestino